Ele não rosnou. Ele não sussurrou.
Ele apenas falou.
(Arranca o pau dele.)
A voz dele dentro da minha cabeça veio cheia, profunda, faminta, vibrando como ferro arranhando pedra.
(Arranca e enfia na boca dele. Faz ele engasgar. Faz ele vomitar sangue. Faz ela ver. Deixa ela assistir ao que fazemos com quem toca no que é nosso.)
Cerrei os punhos. O ar queimou na minha garganta. Os músculos pulsaram debaixo da pele como ondas prestes a romper.
“Pare,” murmurei pela conexão, o maxilar rígido, as veias saltadas. “Ela está olhando. Ela não precisa ver isso.”
(Precisa sim. Ela precisa ver. Precisa entender o que acontece com quem olha pra ela como se fosse presa. Nós não somos suaves. Nós não somos misericordiosos. Nós punimos.)
Baixei os olhos para o garoto de novo.
Os olhos dele estavam arregalados agora. O corpo tremia. Ele sentia — a mudança.
O ar pesado. A pele esticando sobre ossos que queriam se transformar. O lobo empurrando por dentro, rasgando espaço onde não havia.
Minha voz saiu m