~Damon~
Sinceramente, não esperava por isso.
Principalmente não tão cedo da porra da manhã.
Estava me preparando pra sair. A mente já cravada nos compromissos do dia — reunião da alcateia, um problema com a patrulha na fronteira, umas entregas atrasadas que eu mesmo teria que resolver.
Estava no meio de um café preto, camisa aberta, pronto pra atender uma chamada rápida com um dos Anciãos quando ouvi aquela voz.
A voz da Camilla.
Aquela voz aguda, açucarada, nojenta... que ela usava quando achava que ainda tinha o controle de alguma coisa.
E então ouvi a voz da Lyra.
A voz.
Afiada. Desafiadora. Molhada de raiva e de outra coisa também. Aquele tipo de respiração trêmula que as garotas soltam quando acabaram de ser humilhadas e não sabem se gritam, choram ou jogam uma cadeira pela janela.
Então eu parei. Se dane a reunião. Dane-se a entrega. E se foda o café que tava esfriando no mármore da pia.
Fui até a porta.
E o que vi? Fez algo selvagem estalar dentro de mim.
Lyra. Ali, de pé com a