— Ah, você não sabia dessa parte? — Rosnei. — Achou que ele te escolheu? Ai, amor... você só tava ali, dando sopa.

Falei devagar, saboreando cada palavra, como se cada sílaba merecesse seu próprio holofote naquele massacre psicológico que eu tava prestes a causar.

Minha voz não tava alta, ainda não, mas era afiada o suficiente pra cortar o grave da música, os sussurros, o próprio ar. Todo mundo na sala virou pra me olhar, como se eu tivesse estalado os dedos e invocado o inferno.

Tasha ergueu o rosto pra mim, os lábios tremendo, o rímel borrado, com a alma começando a entender que o cinto de segurança já soltou e o carro ia capotar.

Inclinei a cabeça, piscando como se tentasse dar sentido à imagem nojenta que passava atrás dos meus olhos.

— Ele falou pros outros que você era fácil — Disse eu, articulando bem cada palavra, com a precisão de uma garota que ficou calada por tempo demais, mas é claro que eu tava mentindo. Só queria ver ela se encolher por dentro.

— E também disse que nem p