92. Sms
Damon Thorn
A floresta estava fria como de costume. Terra molhada, sangue seco, galhos partidos sob minhas patas. Me movia entre as árvores como uma sombra, sentindo cada gota de dor latejar na pele. Ser lobo era esquecer os limites do corpo. Era ser só instinto, só fúria.
A dor do corte no flanco já não me importava. O que doía de verdade era o vazio onde devia estar Hart. Meu lobo uivava por ela — não um uivo de guerra, mas um pedido, um chamado que doía na alma. Eu a queria de volta.
Nunca ansiei tanto por algo.
O cheiro dela vinha e sumia no vento, misturado ao medo, ao suor, ao perfume de poder. O governador. Maldito seja ele.
Só de imaginar que meu filhote carregaria o sangue daquele homem em suas veias, me dava asco. Eu não sabia se ela estava viva, ferida, ou se já tinham levado meu mundo de mim. Era uma tortura lenta, e cada batida do meu coração era como um golpe de faca.
Eu corria o mais rápido que conseguia, garras rasgando o chão, pulmões queimando. Cruzei o riacho, a águ