87. O pai que nunca tive.
Caroline Hart
Em meus sonhos de adolescente, um pouco antes da minha mãe morrer... eu imaginava que meu pai iria vir atrás de mim. Que seríamos uma família feliz, e que ele iria pedir perdão por nunca ter me reconhecido como filha.
Mas o tempo passou, eu cresci, e virei uma mulher. A esperança de que ele iria aparecer, foi sumindo aos poucos.
E eu preferia que fosse assim. Nunca ter conhecido ele evitaria destruir as minhas idealizações, e descobrir que ele era um monstro.
O mármore brilhava sob meus pés sujos.
Cheguei ali arrastada, cercada de lobos, humilhada, e agora cercada por luxo. O contraste da minha vida era tão absurdo que doía. Parecia uma piada.
Eu observava tudo ao meu redor com curiosidade.
Do corredor, um segurança me empurrou pelo ombro, fazendo meu corpo tropeçar, e eu engoli o grito de ódio. Eu queria mostrar força, mas tudo dentro de mim tremia. O cheiro de perfume masculino misturado a charuto, o brilho do ouro, tudo me dava enjoo.
Ele estava esperando na sala, d