POV Liah
O frio parecia pior a cada dia sem ele na fortaleza. As servas tremiam juntas à lareira pequena, dividindo um pão duro e água morna. Mas eu não sentia fome.
Minhas mãos repousavam sobre meu ventre, agora levemente arredondado. A marca dele ainda queimava em meu pescoço, mas era o calor suave de dentro que me mantinha viva.
— Você vai viver, meu pequeno, — sussurrei tão baixo que ninguém ouviria. — Eu juro que vai.
As outras ômegas me olhavam com pena. Talvez vissem em meus olhos o que eu negava para mim mesma: a morte rondava cada passo naquela fortaleza.
Olhei para o alto, onde bandeiras negras tremulavam. A lua estava pálida, quase azulada, escondida entre nuvens pesadas de neve.
“Magnus… onde você está agora?”
Apesar de tudo, meu peito apertava ao pensar nele. O ódio e a dor queimavam, mas havia algo que me machucava mais: a saudade.
Saudade do cheiro de fumaça e madeira em sua pele. Do calor de suas mãos me queimando até os ossos. Da brutalidade que arrancava meus