Durante o trajeto, o Joel interrompeu os meus pensamentos.
— Não acha melhor voltar?
Eu revirei os olhos.
— E perder a chance de flagrar meu pai pulando a cerca com alguma aspirante a cargo de confiança? Nem morta. E não venha você fingir que não sabe de nada. Todos os funcionários da casa sabem o que está acontecendo, e eu fui a última a descobrir.
Ele suspirou, como fazia sempre que tentava me convencer de algo que já sabia estar perdido.
O Joel me conhecia desde que eu usava fraldas e passava batom escondido, ele era mais que o segurança da casa e o motorista, era quase família, e talvez por isso, estivesse ali tentando salvar o último fiapo da minha ingenuidade.
— Seu pai não gosta fique andando por aí sozinha. Ainda mais aparecendo na empresa desse jeito...
— Sozinha? Estou com você. E, além disso, eu conheço essa empresa como conheço minha própria casa.
Ele não respondeu, sabia que argumentar comigo era como bater em vidro blindado com almofada, então permaneceu em silêncio a