Mundo de ficçãoIniciar sessãoNathaniel permaneceu alguns segundos com o telefone ainda junto ao ouvido depois de desligar a ligação com Orhan. O silêncio do escritório parecia mais pesado do que antes. Elara estava grávida. De gêmeos. E, pela primeira vez desde que tudo ruíra, ele tinha um caminho — ainda que frágil — diante de si.
Pegou o número que Orhan lhe enviara. Observou a sequência de dígitos como se aquilo fosse mais do que um contato telefônico. Era uma ponte. Ou um abismo.Ela não conhecia aquele número. Eles nunca haviam trocado telefones. No transatlântico, tudo acontecera dentro de uma bolha estranha, quase irreal, como se o mundo exterior não existisse. Agora, tudo existia. E cobrava.O telefone chamou uma vez.Duas.Na terceira, a ligação foi atendida.— Alô?A voz dela veio baixa, contida, diferente da lembrança leve que ele carregava. Mais madura. Mais cansada.Nathaniel respirou fundo antes de responder.— Elara… sou eu.






