A ORDEM SILENCIOSA DO DONO —

A suíte presidencial estava silenciosa, iluminada apenas pela luz azulada que entrava pela varanda. Nathaniel caminhava de um lado para o outro, tenso, o celular na mão, ainda sentindo o perfume suave de Lara no lençol.

Ele não conseguia tirá-la da cabeça.

A lealdade dela. A indignação verdadeira com o que viu. A coragem de vir correndo contar tudo.

E o pior: a culpa. A culpa de estar olhando para ela como homem — não como o dono da empresa que deveria protegê-la da sujeira que estava se formando ali.

“Ela confia em mim… e eu não posso dizer quem eu sou.”

Pensou, apertando o maxilar.

O celular vibrou.

ASSUNTOS SIGILOSOS — RECEBIDO

Era do assessor dele, enviando os arquivos que ele havia solicitado na noite anterior.

Nathaniel abriu.

Os nomes apareceram como facadas:

• Diretor-geral do Cruzeiro: Miguel Ardanes — suborno confirmado

• Gerente da Ala 2