Hanna Dawson
Depois de conversar um pouco com a Tati, ela saiu e voltei ao meu trabalho. Quando deu 10hr da manhã, Oliver entrou em conferência e fiquei atenta a todos os telefonemas e e-mails, porque parece uma coisa. Sempre que ele fica indisponível, o mundo inteiro resolve precisar falar com ele e não posso deixar nada passar despercebido.
Enviei alguns documentos e contratos para o jurídico, revisei a agenda de Oliver e, quando menos esperei, o horário de almoço tinha chegado. Antes mesmo de eu pegar a minha bolsa, Tati já estava na minha porta me chamando para irmos e eu transferi as ligações para a recepção do andar.
Ao passar em frente a sala dele, eu o vi ainda em conferência e fiz um sinal avisando que estava saindo e ele apenas concordou, então fomos para o elevador.
— Vocês formariam um casal fofo. — Tati diz assim que as portas se abrem.
— Ficou maluca? — Digo olhando para os lados e entramos.
— Ah, qual é! Ele sabe disfarçar bem, mas, eu já vi como ele te olha quando ficam sozinhos..., não sei como ele suporta as suas desculpas. — Ele diz começando a sorrir da situação e aperto o botão para descermos.
— Eu sou sincera! Gosto do meu trabalho e não quero misturar as coisas. — Já disse isso tantas vezes que já sai no automático.
Mas não deixa de ser verdade!
— Você sabe que qualquer mulher já teria ido para a cama dele. — Ela diz olhando bem para mim.
— Mas eu não sou assim. — Respondo a encarando e continuo. — Imagina só! Eu fico com ele, a gente transa, todos da empresa descobrem e começam a me olhar torto e em forma de julgamento, depois, caso não dê certo, eu posso ser mandada embora e vou ter que voltar para Washington só porque não fechei as pernas..., que tal? — Digo a ouvindo bufar.
— Credo! Vai ser pessimista pra lá! — Ela diz negando com a cabeça. — Você está acostumada nessa sua bolha, não se arrisca e está deixando de viver..., aposto que nessa sua transa de três meses atrás o cara não te pegou de jeito. — Reviro os olhos na mesma hora.
— Você só sabe falar de sexo? — Questiono achando um absurdo.
— Quando sinto o cheiro de abstinência sem motivos, sim! — As portas se abrem e saímos juntas.
Mudo o assunto para que tipo de comida estou assim e nisso, vamos para o restaurante do outro lado da avenida. Ao chegarmos, fazemos os nossos pedidos e Tati já começa a tirar umas fotos dela para os storys do i*******m e fico olhando as opções no cardápio.
Escolho um frango grelhado, purê de batatas, uma salada crua e um suco de laranja. Tati escolhe um bife ao ponto, salada cozida e uma limonada, e de sobremesa, decidimos passar na sorveteria ao lado. Enquanto esperamos a nossa comida, ela conversa sobre um cara que ela conheceu esses dias e o meu celular começa a toca.
É a minha mãe!
— Oi, meu amor! Já almoçou? — É o que ela pergunta assim que atendo.
— Oi, mãe! Estou esperando a minha comida. — Respondo e Tati abre um sorriso enorme. — Tati está aqui.
— Mande um beijo para ela. — Repito o recado e ela continua. — Como está no trabalho?
— Está bem! Vou visitar uma obra agora a tarde, mas, acho que vou chegar em casa mais cedo. — Digo animada, porque isso é raro.
— Ótimo! Estou com saudades e comprei umas coisinhas para levar. — Ouço já tendo algo em mente.
— Hum..., essas coisinhas constam em cookies caseiros e macios com gotas de chocolate extra? — Pergunto sentindo água na boca.
— Já comprei os ingredientes para fazer. — Suspiro alto engolindo a saliva. — Acho que vou chegar na parte da tarde, então, podemos dar uma volta para você me mostrar o bairro onde mora. — Ela sugere e concordo.
— Perfeito! — Digo satisfeita!
Converso mais um pouco com ela, passo a ligação para Tati onde elas conversam um pouco e desligamos assim que a comida chega.
Comemos em meio a conversas e risos, porque ela me mostra alguns vídeos meio sem noção. Confesso, não sou muito adepta a redes sociais, o que uso mais é o Twitter, mas apenas para ver notícias mesmo. Tive F******k uns anos atrás, mas, ele foi hackeado e não consegui recuperar de forma alguma, fiquei louca porque tinha muitas fotos minhas, arquivos de lembranças e, depois disso, desisti de ter.
Não vale a pena!
Depois do almoço, pagamos e saímos indo para a sorveteria mais próxima onde peço um sundae. Depois de comer, voltamos para a empresa e ainda temos alguns minutos, então, começo a me arrumar e a escovar os dentes.
— Hoje à noite é só você mesmo, ou, quer a companhia da sua amiga aqui? — Tati pergunta passando o seu gloss.
— Vai me ajudar na faxina? — Pergunto a olhando pelo espelho e ela paralisa pensando.
— Esquece! — Gargalho na mesma hora sabendo que ela responderia isso.
Terminamos de nos arrumar e volto para a minha sala.
Assim que me sento, recebo uma mensagem de Oliver e ele me pede para fazer um pedido de almoço para ele, porque a conferência demorou mais do que ele pensou e ele está faminto. Abro o aplicativo de comida e peço uma carne assada no ponto, salada, ervas frescas, molho de churrasco e suco de abacaxi que ele adora.
Mostro a ele o que pedi e ele agradece, então, agora é só esperar chegar!
[...]
São quase 14hr da tarde e estamos a caminho da construção em Manhattan. Oliver, está sentado ao meu lado no banco de trás usando o laptop e eu estou registrando alguns recados de ligações recebidas a mando da recepção. Fredy dirige o carro até a obra e o silêncio aqui dentro é enorme, mas como sempre, Oliver não sabe ficar calado por muito tempo.
— Eu preciso de férias! — Ele solta a pérola do nada em forma de suspiro. — Preciso de uma praia, cerveja e sol.
— Férias? A empresa não funciona sem você. — Digo o maior fato.
Como falei anteriormente, quando ele fica indisponível o mundo inteiro precisa dele.
— Fico lisonjeado. — Ele diz sorrindo enquanto digita.
Ao chegarmos na obra, respiro fundo e já sinto que teremos dores de cabeça porque a cara de Mefheo não é muito boa.
Tenho tanta vontade de o xingar, mas não posso!