SARAH
Entrei no meu quarto, sentindo o peso do dia se arrastar em meus ombros. Tudo o que eu queria era deitar e esquecer o mundo por algumas horas. Mas antes que pudesse sequer me aproximar da cama, a porta se abriu bruscamente.
Minha respiração travou ao vê-lo parado ali.
Nicholas.
Ele nunca soube o que é bater antes de entrar. Age como se ainda tivesse esse direito, como se meu espaço não significasse nada.
Quantas vezes já me pegou desprevenida?
Sem roupa? Vulnerável?
O olhar dele estava carregado de fúria, o corpo tenso como uma fera prestes a atacar.
— Você tá ensinando a nossa filha sobre namoro aos onze anos, Sarah? — Sua voz saiu dura, repleta de julgamento.
Meu coração disparou, não de raiva, mas porque, por mais que eu quisesse odiá-lo, ainda o amava. Esse sentimento me matava um pouco mais a cada dia.
Por que não consigo esquecê-lo? Por que, mesmo sabendo o quão irritante e insuportável ele é, ainda sou prisioneira desse amor?
Cruzei os braços, tentando ignorar o arrepio