NICHOLAS
Dirijo-me ao quarto da minha irmã e bato firme na porta. O som ecoa pelo corredor silencioso. Alguns segundos depois, Emma abre, com a expressão fechada, como se estivesse pronta para um confronto.
— Oi, Emma! Por que você não atendeu minhas mensagens? — pergunto, cruzando os braços. — E o que está acontecendo? Você não é assim.
Ela revira os olhos e solta um suspiro impaciente.
— Tá bom, deixa pra lá, depois você me conta. Estamos atrasados agora.
— Não está acontecendo nada. Só estava muito cansada. — Sua voz sai seca, sem espaço para mais perguntas. — E vamos logo buscar a minha cunhada, antes que ela fuja para bem longe de você. Sinceramente, é o que eu faria no lugar dela.
Minha mandíbula se contrai ao ouvir suas palavras.
— Por que ela aceitou ir com você, sabendo o imbecil que eu sou, hein? — estreito os olhos, estudando sua reação. — Você realmente acreditou que ela ficou com todos os caras do orfanato? No mínimo, eu teria procurado saber a verdade antes de acusá-la.