NICHOLAS
Ao chegar, percebo que não há porteiro. Apenas um sistema de interfone. Me aproximo, pressiono o botão e aguardo.
Ela não tem ideia do que está prestes a acontecer.
— Quem é? — a voz infantil pergunta. — Sou um amigo da sua mãe, minto para a criança. — Já que é um amigo da mamãe, vou abrir o portão para você. Só tem que vir até a porta.
Ao adentrar pelo portão, sigo em direção à entrada entreaberta, observando cada detalhe ao redor. Meu olhar se detém na menininha que surge diante de mim. Seu rosto traz uma familiaridade desconcertante. Os mesmos olhos do meu pai. A semelhança comigo é inegável.
Fico paralisado. Meus músculos enrijecem enquanto encaro a criança que me observa curiosa.
Ela... Ela é minha filha!
Minha mente entra em colapso. Sarah teve um bebê meu. Nossa filha cresceu sem que eu soubesse de sua existência. Se eu encontrasse aquele maldito do Felipe, o eliminaria sem pensar duas vezes. Mas agora isso pouco importa. A verdade está bem diante dos meus olhos: sou p