MASMORRA 54
MASMORRA 54
Por: AutoraF25
PRÓLOGO

JESS

 Não sou uma garota normal, aos 18 anos saí do meu país em busca de autoconhecimento ou talvez fugir de mim mesma, cruzei o atlântico com uma mala e muitos pesadelos nem eram sonhos, complexada desde criança por não ter o corpo “padrão” e por viver na cidade mais romântica da Itália, eu sempre quis fugir. Sou maluca? Talvez, mas viver em um lugar por toda a vida, que respira amor e beleza e não se sentir amada e bonita é uma merda. Há quase sete anos que vivo aqui em Nova York, e claro que isso não mudou em nada os meus complexos e pesadelos, continuo com minhas sessões de terapia com as quais convivo desde a adolescência, o que mudou somente foi a profissional que me trata e a língua que domino com perfeição sem nenhum sotaque.

Eu não achei que aceitar a sugestão da minha psiquiatra seria tão excitante, quer dizer nunca tinha entrado em um clube BDSM, mas como ela sugeriu essa última alternativa para ajudar com meus traumas, mergulhei de cabeça nisso. Caramba e como adorei esse lugar! Não é tão assustador como nas minhas pesquisas na internet, ao contrário, me senti parte daquele ambiente de cara, não eu Jessica DiMateo, mas outra pessoa, uma mulher que eu nem sabia que existia, talvez meu alterego, não sei ainda, mas quero descobrir. Quem sabe esse pedaço perdido que tanto me falta seja isso, me tornar essa pessoa que não conheço e que está presente, forte, poderosa, sabendo exatamente o que quer e o que a faz sentir parazer, uma Dominante.

LYONEL

Me levanto enlouquecido da poltrona de couro e vou até o bar, preciso de uma bebida e uma forte, para ver se acalmo minha respiração e o meu pau. Porra! Que performance foi essa? Minhas cabeças pulsam. E quem era aquela mulher? Ela agia como se fosse a dona desse clube, monopolizou todos os olhares, inclusive o meu, por isso não entendi, nunca me atraiu esse tipo de mulher, dominante, impetuosa e arrogante, ah sim! Ela tinha um olhar altivo de quem sabia que todos a desejavam e queriam estar no lugar do escravo que dava prazer a ela, sério, e o corpo dela nem é o que eu costumo me interessar, mas porra é lindo, exuberante, cheio de curvas e redondinho nos lugares certos.

— Ei cara, me vê um whiskey duplo sem gelo! — Quando o barman retorna com a bebida, eu solto:

— Quem é a dominante que acabou de sair do salão?

— Carmen Corleonne? É a atração do clube, é sua primeira vez em um clube desses?

Recebo um sorriso displicente, noto o flerte. Respondo amigavelmente, mas de uma forma que ele entenda que ele não é meu tipo.

— Não, não, eu jogo há anos, mas nesse é a primeira vez. Então, como faço para conhecê-la, conversar com ela?

— Você está vendo aquela pilha de cartões vermelhos no canto do balcão? — Aceno afirmativamente.

— São todas as pessoas que solicitaram ‘conhecê-la’. Isso mesmo ele responde fazendo o sinal de aspas nessa palavra.

 — Posso te colocar na fila se deseja candidatar-se como um possível escravo, claro se assim ela te escolher — Derrubo meu whisky em um gole rápido e solto afiado:

— Escravo? Tenho cara de escravo? Nem escravo, nem switcher, eu sou um Dom.

Com isso pago o drink atirando a nota no balcão e saio pisando duro irritado pela porta afora. Vociferando a palavra ‘escravo’ até meu carro. Jamais seria capacho de uma mulher, mesmo uma que fez meu pau pulsar sem ao menos me olhar.

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