46 trigêmeos nas empresas Kan.

Cap. 46 trigêmeos nas empresas Kan.

Maya volpyn.

As portas do elevador se fecharam, me selando naquele cubículo metálico, mas a imagem de Kan ainda queimava vívida por trás das minhas pálpebras. Minhas mãos tremiam levemente, e eu apertava a pasta de documentos contra o peito como se fosse um escudo ridículo contra o que estava sentindo. Meu coração batia descompassado, como se quisesse escapar do peito, tão confuso quanto eu. O que diabos acabou de acontecer ali?

Encostei as costas na parede fria do elevador e tentei puxar o ar para dentro dos pulmões, mas parecia que até o ar havia decidido se rebelar contra mim. A proximidade de Kan, o modo como ele havia mudado — e ainda assim parecia o mesmo — me deixava zonza, como se o chão tivesse sumido sob meus pés. Era uma vertigem estranha, uma mistura de familiaridade e estranheza que me desorientava por completo.

Durante anos, construí um muro de ressentimento. Me convenci de que o odiava. Enterrei tudo o que um dia existiu sob camadas d
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