Capítulo 2

Como fui acordada às três e pouca da madrugada com aquelas notícias. Eu sei o resto da madrugada e a parte da manhã no meu escritório arranjando novos recursos e ideias para resolver esses problemas. Claro que estou torcendo para que não surjam outros tão cedo. Porque problema atrai problema. É preciso me assegurar que não espalhe por aí que fomos roubados. Até porque ladrão que rouba ladrão tem até cem anos de perdão, acho que é assim o ditado.

Não vejo o Devin desde madrugada e eu agradeço por isso. Não quero que fique um clima chato entre a gente e temos que focar na nossa atual situação. Leon, você me paga. Fiz uma ligação rápida para ter notícias de uma pessoa em particular e voltei a me concentrar.

Faltava pouco para uma da tarde. Reli e assinei alguns papéis, mas parei assim que vi meu celular tocar, olhei a tela e vi o nome de Cory. Finalmente.

- Me dê boas notícias, Cory. –  Eu pedi assim que atendi a ligação.

- Pode ficar despreocupada minha, Luh. Eu já minimizei as coisas por aqui e hoje vamos abrir mais cedo, às 19 horas...

Oi?

- Como assim às 19 horas? Cory, abri umas 17 horas ou mais cedo – Interrompi ele.

Cory gargalhou. Por que ele está rindo? Não percebe nossa como está nossa situação?

- Nem se abrimos nesse horário conseguiríamos recuperar o dinheiro que foi roubado. - Ele controla a risada. - Então, relaxa! Eu tomo conta daqui e você resolve as coisas por aí. Tá bom?

Fechei os olhos e fiz um gesto de cabeça concordando, mas me lembrei que estava pelo celular.

- OK. E Cory, Obrigada.

- Não precisa agradecer, pequena. Se cuida, Beijos – Cory diz e finaliza a chamada.

Passei a mão no rosto e fiz um coque frouxo no cabelo e voltei a ler aquelas folhas. É nessas horas que sinto saudades da adrenalina, de ir com os meninos pegar o carregamento ou até mesmo assaltar um dos bancos. Sentir o perigo passando bem diante dos meus olhos, mas com as ordens de Liam Frey agora tenho que ficar atrás de uma mesa ou na boate organizando as coisas de lá.

Depois de um tempo ouvi uma batida na porta e pedi para entrar, mas não tirei meu olhar das folhas. Nãos como surgiu tantas. Parece que quanto mais eu leio e assino mais aparece em cima dessa mesa.

- Entrei em contato com o Zac.

Devin! Deixei as folhas de lado e olhei pra ele.

- Desculpa. - Não deixo ele continuar. - Eu não queria falar com você daquele jeito…

Saiu tão no automático. Era capaz de morrer entalada se eu não falasse logo. Eu não podia passar o dia todo pensando nisso, mas sei que seria a primeira coisa que eu faria assim que o visse.

- Ei, está tudo bem – Ele sorriu.

Devin tem um sorriso tão lindo. Meu amigo é muito gato. Ele é alto, corpo definido e moreno dos olhos claros. Ele tem um jeito tímido que de tímido não tem nada e isso chama de mais a atenção das garotas.

- Não, não está. – Me levantei e fui até ele – Eu não queria falar com você daquele jeito só que estava estressada e não me segurei...

Devin colocou a mão no meu rosto e fez um leve carinho, sorrindo.

- Pode acontecer o que for, Luna, eu sempre estarei do seu lado. Não fiquei magoado, tá bom? Eu entendo o seu lado, vamos resolver isso. Com certeza vamos.

Sorri e abracei ele bem forte.

[...]

Olho para o grande hotel de cinco estrelas na minha frente. Por que Zac tem que ficar susto nesses hotéis? Só tem baba ovo aqui. Reviro os olhos. É disso que ele gosta. Zac adora chamar atenção e ser paparicado. Como ele sabe de muitas coisas de muitas pessoas importantes, eu fico me perguntando como ele ainda está vivo, mas que fiquei entre nós por muito tempo. Zac sempre me ajuda. Claro que tem um preço, não me incomodo. Nossos negócios são sempre prazerosos.

- Senhor Riggs, por favor – Eu falo com a recepcionista do restaurante do hotel.

- Siga-me! – Ela sorriu.

E enquanto eu a acompanhava, notei alguns olhares sobre mim, ignorei todos torcendo para ver Zac logo. A mesa que ele escolheu ficava no meio do salão quando chegamos ele se levantou com um sorriso no rosto.

- Minha linda Luna, quanto tempo – Zac deu um beijo no canto da minha boca.

Sorrir pra ele. Zac, puxou a cadeira para me sentar como um perfeito cavalheiro.

- Preciso de um favor – Não perco tempo e falo assim que ele se senta à minha frente.

- E quando não precisa? – Zac inclina a cabeça para o lado e diz irônico – Mas fala o que quer?

- Quero a localização do Leon Morse.

Zac entreabriu os lábios meio surpreso pelo meu pedido.

- Não será fácil...

- Sei que vai conseguir...

- Sabe que vou querer algo em troca...

- Fala seu preço.

Eu abrir minha bolsa pronta para assinar um cheque.

- Não quero dinheiro e você sabe disso!

- Não quer? – Me fingi de desentendida.

- Você ficou tão linda nesse vestido vermelho – Zac sorriu malicioso.

Safado! Eu sorri já entendendo o que ele queria. Não seria a primeira vez que isso aconteceria. Então por mim tudo bem fora que ele é muito bom de cama. As vezes fazemos por fazer, sem ter algo em troca como agora. É bem raro, mas acontece. 

- OK, mas só por uma noite! – aviso.

Ele ergueu uma sobrancelha.

- Eu deveria decidir...

- Minha agenda está cheia, mas vamos ter nossa noite – Me levantei – Me mantenha informada e seja rápido.

Ele piscou pra mim e concordou.

Saí do hotel e logo o manobrista me entregou a chave da minha lamborghini cinza. Agora é voltar para mansão. Espero que Zac encontre o Leon rápido. Não gosto de perder tempo, preciso preparar o meu encontro com Leon. Acho que finalmente vou sentir um pouco da adrenalina que tanto quero. Pensar nisso me faz sorrir.

Quando cheguei na mansão recebi uns olhares dos seguranças, mas não era aquele olhar que eu já estava acostumada. Aquele olhar de desejo, agora era um olhar diferente e uns evitavam até me olhar. Não deixo de ficar intrigada com isso, eu me apresso para entrar logo.

Entrei na sala e vi o Cory escorado no corrimão da escada e com a cabeça baixa. O que ele está fazendo aqui? Ai, Cory não me faz ficar estressada com você também.

- Cory, o que você está fazendo aqui? – Fui até ele – Você deveria estar na boate.

Cory me olhou e deu um meio sorriso e depois olhou para atrás de mim.

- Eu que mandei ele vim para cá. Olá, Luna – Essa voz...

Droga! Droga! Droga!

Fechei meus olhos e respirei fundo. Eu não poderia evitar ele por mais tempo, então me virei e o vi bem ali na minha sala. É real. Liam Frey estava aqui. Depois de 3 anos longe e agora está aqui na minha frente. Merda! Todos meus medos vieram à tona, não medo do Liam, mas sim do nosso passado.

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