__ E então?
__ Sinto muito.
Não consegui me conter; meus olhos expulsavam lágrimas em excesso.
__ Sente muito? ... pelo quê? - Com um medo descomunal, ousei perguntar.
__ Ela está morta, Aurora.
As palavras foram como uma navalha sobre a carne; meus ombros se contraíam enquanto eu chorava, minhas pernas perdiam as forças, e lentamente escorreguei até o chão.
__ Sinto muito, muito mesmo. Fizemos de tudo para salvá-la, mas ela foi infectada, e não houve o que fazer. - Disse Natália.
__ A culpa é minha, a culpa é minha, a culpa é minha. - Repetia incessantemente enquanto passava as mãos pelo cabelo.
__ A culpa não é sua, meu amor.
__ Ela morreu no meu lugar, era eu, não ela.
Chorava sem parar.
__ Aurora, não é sua culpa.
__ Como não, tia?
__ Ela lutou até o fim e em nenhum momento a responsabilizou por nada. Ela vivia dizendo que você viria; eu não acreditava nessa possibilidade. Quando ela estava prestes a morrer, pediu para eu escrever uma carta.
__ Uma carta?
__ Sim.
__ Onde está?
Com