Naquele aniversário, desliguei o celular.
Não aguentava mais uma ligação, mais uma mensagem, mais um pedido de desculpas vazio. Eu só precisava respirar.
Em vez de voltar para a casa que eu tinha alugado, comecei a andar.
Meus passos me levaram por estradas tortuosas e pelo vale, e quando percebi, estava parada não muito longe da minha antiga casa. A casa dos meus pais.
Ela tinha sido vendida depois que eles morreram, e o dinheiro me ajudou a alugar um apartamento na cidade e a me sustentar sozinha.
Tantas lembranças naquela casa. Algumas boas, outras dolorosas, mas todas minhas.
— Catrina?
Virei ao ouvir meu nome. Era Eason, o homem que tinha me alugado a casa de madeira no vale.
Ele estava lá de jeans e moletom, mãos nos bolsos, parecendo surpreso em me ver.
— Ah, oi. — Falei. — Não esperava te encontrar por aqui.
— Eu moro na esquina. — Respondeu, se aproximando com um sorriso caloroso. — Aquela casa que aluguei pra você? É só uma das minhas propriedades.
— Uau. Ent