Voltando, mas com uma nova vida.
Vitória,
O carro ainda demora para dar partida, e eu fico na mesma posição, olhando para o carro, como se estivesse olhando para ele. Mas, o vidro escuro não me deixa vê-lo. Lua toca no meu ombro e eu viro meu rosto para olhar para ela.
— Está tudo bem? — Concordo com a cabeça, e quando eu olho para frente, vejo o carro saindo.
— Eu tirei a pulseira, ele disse que no dia que eu a tirasse, eu não ia mais pertencer a ele. Achei até que fosse só uma expressão.
— Eu não te entendo, você parece gostar dele, então, porque não aceitou a submissão?
— Não quero ser um robô na mão dele, nem na de ninguém. Eu tenho vida, e quero poder fazer as minhas escolhas. Coisa que eu nunca tive, e quando eu tive, minha mãe morreu. Não nego que eu gosto dele, sinto falta dele, de coisas que ele me falava, de como me tocava. Mas, também tinha medo dos castigos que ele me dava. Uma vez foi surra de cinto, outra foi ficar presa no quarto de jogos com uma corrente no pé, e por último, foi levar três palmatória