Fiquei tanto tempo fechado no meu próprio mundo que desaprendi a conviver socialmente.
Karan
Meu ouvido está zunindo, cada som amplificado por um eco perturbador. Meu corpo inteiro está coberto pelo pó de construção, e o peito arde com a presença de um estilhaço profundamente cravado. Eu não o retiro; sei que isso apenas agravaria a hemorragia.
Com dificuldade, tento me erguer. Meu corpo protesta, mas consigo ficar de pé, tremendo. Meus olhos desesperados percorrem o cenário de caos até encontrarem o carro de Samira. O horror me consome enquanto avanço em direção a uma mão pálida, manchada de sangue, em contraste com o metal retorcido.
— Allah! Allah não! Não pode ser. Não. Não. Não! — Minhas palavras são um lamento desesperado.
O anel de noivado reluz entre os destroços, uma confirmação cruel. Ele pertence à mulher da minha vida. Uma onda de dor e negação me invade enquanto tento, inutilmente, erguer o metal retorcido.
— Samira! Eu posso salvá-la! — grito, minha voz cheia de um desespero impotente.
— Karan. — Uma voz suave rompe o caos, chegando até mim como um sussurr