Eliz
A pergunta dele me pegou desprevenida.
Não respondi de imediato, e o silêncio caiu pesado, falando mais alto do que eu gostaria. Baixei a cabeça, olhando para os meus pés.
Calendi tocou meu queixo com delicadeza e me fez encarar seus olhos. Um sorriso leve se desenhou em seus lábios — um gesto suave, educado, apenas para confortar.
— Não se preocupe. Eu sei que algumas feridas demoram a cicatrizar. — Ele retirou a mão e, em seguida, voltou a vestir sua máscara fria. — E é claro que você não precisa me dar satisfação. Foi só modo de falar.
Fiquei grata pela tentativa de me tranquilizar mas nada surtiu tanto efeito quanto ver uma faísca abrindo um vórtice diante de nós — e Ania saltitando por ele. Calendi e eu nos afastamos rapidamente.
— Sentiram minha falta? — perguntou ela, animada.
Atrás de Ania vinha o enorme lobo de Atenor, seu companheiro. Caminhava tranquilo, ignorando solenemente Calendi e a mim.
— Claro! — A puxei para um abraço apertado, tanto quanto uma g