Vanessa Bragança
Dei um sobressalto — o aparelho voou da minha mão enquanto eu corria para perto da janela, por instinto. Toda enfaixada e dolorida do jeito que estava, se eu pulasse não seria uma boa ideia.
Adrian foi rápido o suficiente para segurar o aparelho no ar e se levantar, me avaliando; os olhos voltaram à cor castanho escuro natural.
— Eu não vou te machucar, Vanessa. Meu lobo só está um pouco curioso e veio à superfície. Não precisa se preocupar.
Soou tão claro que parecia que ele falava de um cachorrinho pinscher. Se eu não estivesse ficando louca, logo veria se ele se transformaria ali perto de mim. As memórias da fera com a boca ensanguentada me deram calafrios. Não é inteligente deixá-lo irritado, então tentei disfarçar.
— Entendi.
Reparei que ele respirou ofegante. Será que essa coisa do lobo vir à superfície dói? Se dói, então ele devia ter sentido muita dor para me salvar.
— Bem, seu lobo foi quem me salvou. Diga a ele que sou grata por isso. Mas ele não preci