O salão principal da mansão Massarotti estava mais vivo do que nunca. Lustres de cristal pendiam do teto em cascatas cintilantes, refletindo a luz sobre as paredes revestidas de mármore e sobre o piso espelhado. As mesas de banquete exibiam arranjos de rosas brancas e taças de champanhe tilintavam em mãos de empresários e políticos da elite milanesa.
Mas para Lana, nada daquilo significava luxo. Era apenas mais uma prisão dourada. Um teatro no qual ela era obrigada a desempenhar o papel da esposa perfeita.
Ela trajava um vestido prateado que abraçava sua silhueta com elegância, cada detalhe bordado refletindo a luz como fragmentos de gelo. O cabelo preso em um coque impecável revelava o pescoço delicado, adornado por diamantes. Ela parecia majestosa, quase inalcançável, mas por dentro tremia.
Ao seu lado, Ricardio era o retrato da imponência. O terno negro feito sob medida, o olhar penetrante e a postura ereta transmitiam controle absoluto. A mão firme em sua cintura não era gesto de