- Aline... sei que tá difícil, deixa rolar se sentir vontade de chorar.
Olhando para o rosto dela, excessivamente tranquilo, Antônia sentiu um frio na espinha.
O olhar de Aline estava vazio, sem vida, um retrato da derrota e do desalento.
Dizem que, antes da morte, as pessoas exalam um ar de decadência.
E era esse exato ar de morte que parecia envolver Aline.
Antônia abriu a porta pra ela.
Aline entrou carregando a urna funerária.
Colocou a urna cuidadosamente sobre a mesa e, de repente, perguntou:
- Antônia, você pode me ajudar a encontrar um cemitério? Quero enterrar minha mãe amanhã cedo.
Ela estava anormalmente calma, a mente, cristalina.
As instruções dela eram claras e organizadas.
Antônia, por um momento, ficou sem reação, mas logo disse:
- Claro, vou ver isso agora mesmo.
Depois de um tempo, Antônia voltou:
- Conversei com uns amigos e achei o Cemitério de Santarém. O lugar é bonito e fica a uma distância boa daqui. O que você acha?
- Ótimo, também ouvi falar bem do Cemitério d