Aline sentiu suas pestanas tremerem.
- Isso... Como esse anel foi parar com você? Eu tinha...
- Você tinha jogado fora, certo? - Mateus sorriu friamente, com um tom de escárnio.
- Onde você o encontrou?
- Eu não tenho tempo para procurar um anel sem significado. Eu fui ao sanatório visitar um parente e encontrei sua mãe. Foi ela quem pediu para o zelador encontrá-lo.
Mateus se virou e sentou-se novamente, jogando o anel na mesa com descaso.
Como se fosse um pedaço de lixo.
Aline disse:
- Já que o Sr. Mateus acha que o anel não tem significado, eu o joguei fora. Tem algo de errado nisso?
- Nada de errado. Agora saia e leve seu lixo com você.
O homem fixou os olhos na tela do computador, sem olhar para ela.
Sua voz estava fria, sem emoção.
E o "lixo" a que ele se referia era o anel.
Aline apertou o anel nas mãos e saiu do escritório.
Mateus sentou-se à mesa, segurando uma caneta.
No momento em que Aline fechou a porta, ele quebrou a caneta sem expressão no rosto.
Seus olhos estavam escur