O Silêncio seguiu Lucie, que naquele momento prendia o ar.
Os dedos apertaram a carta até amassá-la. O mundo girava.
— Ela... está viva! — A voz saiu rouca, quebrada. — Minha avó também. Elas... mentiram!
Leon tentou tocá-la, mas ela ergueu-se de um salto, o rosto manchado de lágrimas.
— Toda a minha vida... Toda a minha dor... foi uma mentira?!
O vento rugiu dentro do quarto. Os objetos tremeram. As asas quase irromperam de suas costas novamente.
Leon agarrou seus ombros.
— Lucie, respira.
Lucie balançou a cabeça em negativo apertou a carta entre os dedos, o papel amassando-se ainda mais. Seus olhos, ainda úmidos, incendiaram-se de raiva e confusão.
— "Palácio"? "Reino"? "Ninfa"? — Ela soltou uma risada amarga, jogando o colar na cama como se queimasse. — Que história maluca é essa, Leon?
Seus passos ecoaram pelo quarto, nervosos, enquanto o vento lá fora começava a uivar, respondendo à sua agitação.
— Eu chorei por elas todos os dias. Meu pai quase morreu de desgosto