Chase Harrison
A jornalista ajeitou os papéis diante de si, num gesto ensaiado, como se já tivesse dado por encerrado o espetáculo. O rosto forçado de profissionalismo não escondia a fome de sangue que sempre existia atrás das câmeras.
Eu não a escutava. O celular vibrava sobre a mesa e, mesmo sem olhar a tela, já sentia que a merda vinha dali. O som seco reverberava dentro de mim como um chamado, mas mantive os olhos fixos, fingindo que não existia.
Foi então que ela se apresentou com um sorriso pequeno.
— Para encerrar, sou Cassandra Meyer… e gostaria de pedir algo que não está no roteiro. — As câmeras a seguiram quando ela estendeu o microfone para nós. — Quero que façam uma dedicatória um ao outro. Algo simples, sincero. Um presente para o público, mas, principalmente, um teste.
Teste. Claro. Não tinha nada de “fofo” nessa merda. Ela queria nos expor, arrancar de nós aquilo que não poderia ser ensaiado.
Olhei de soslaio para Harper. O jeito como ela mordia o lábio me dizia que est