Harper Ward
Mantive-me em alerta ao ver as pernas longas entrarem pela soleira da porta, de cabelos escuros cortados em Chanel, o vestido justo indo até o meio das coxas. Tudo nela era cuidadosamente medido. O salto, o perfume leve, a forma como mantinha o queixo erguido. Bonita de um jeito clássico, irritantemente equilibrado.
Senti o toque de Chase em minha mão, firme, como se quisesse evitar que eu recuasse.
Ele me olhou, as sobrancelhas levemente franzidas ao perceber a tensão que eu não consegui disfarçar. Era orgulhosa demais para admitir que estava morrendo ali, e não queria conhecer a mulher com quem meu marido passava tempo nas horas vagas. Era simples assim. O estômago revirava só de pensar no que aquela cena significava.
Seria assim, então? Ela, diante de mim, como se nada fosse errado, como se fosse normal estar ali, recebida, apresentada, aceita.
Deixei que ele me guiasse, quase no automático. A sala parecia menor, sufocante. Chase soltou minha mão apenas quando chegou at