Chase Harrison
O som da risada de Graham ecoou pelo saguão antes mesmo que eu o vi. A pequena corrida desajeitada, o sorriso aberto, e os braços estendidos foram o único aviso de que seria atingido por um abraço que me tiraria o ar. O garoto se agarrou a mim com força, o rosto escondido contra o peito, e por um instante esqueci tudo o que me atormentava. O peso do corpo dele, o calor do toque, a respiração rápida. Era o mesmo menino que deixei quando viajei, e que, Harper tirou da casca. Mas havia algo diferente ali.
O abraço não era só de alegria. Tinha algo de desespero, uma carência silenciosa que me fez travar o maxilar. Graham me apertava como quem tem medo de que o mundo se parta.
— Ei... — murmurei, passando a mão por seus cabelos. — Está tudo bem, filho. Estou aqui.
Ele assentiu, mas não me soltou. Senti o nó crescer na garganta, uma mistura de culpa e alívio que preferi engolir. Afastá-lo foi difícil, e quando o fiz, percebi o olhar marejado, as bochechas vermelhas demais.
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