Escolhendo como Morrer

Não demorou muito pra que Endrelina dormisse, fosse o cansaço ou a culpa os dois a esgotaram tão rápido que quando seu deu conta já estava agarrada no pelame de Surg. Era macio, confortável, quente e sem perceber um dos sacos de pele passava de travesseiro a um pequeno corpo que abraçava com força e afinco, em busca de algo familiar. Ainda que percebesse e não quisesse notar ela sentia saudade de casa, de ter a barriga cheia de qualquer iguaria do reino, das roupas leves que só o calor permitia usar e claramente da expressão compassiva da mãe na qual um sorriso descansava com calma, como se fosse natural a todas as mulheres, e entregando uma mensagem silenciosa que ela sabia de cor: “Eu te avisei”

Orion ainda lutava contra o que sentia, porém seu maior inimigo não era a escolha e tão pouco ele mesmo, era a dor que agredia seu corpo enquanto removia a camisa para se dar conta da proporção do novo estrago. Se o gelo fez algo de bom foi coagular o sangue de suas ferida

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