A teia de gelo

Faltava mais um dia, o céu estava povoado de nuvens densas tingidas de um negro rubro, profano e intenso, que estava pronto pra cobrir tudo com gelo e neve sem se importar com o que ou quem morreria. A tempestade não ligava pra isso, apenas em cumprir seu desejo de pintar a terra de branco e perseguir aqueles que ousavam contrariar suas vontades. Todos eles morreriam congelados, mereciam isso. Era o que pensava se de fato tivesse algum pensamento.

Orion podia sentir o gosto ferroso no fundo da boca, e algo nele tinha plena certeza que era sangue mais não estava sangrando. Não demorou muito pra que o sabor se transformasse em muco e isso mesclado a saliva se tornou um líquido negro que tingia os dentes e escorria no canto dos lábios os deixando rubros. “Quanto maior o alívio mais perto da morte” o aviso nunca parecia ter mais sentido do que naquele instante. Ele podia sentir os ossos doendo, se esfarelando a cada passo, o sangue fervendo

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