A noite está fria e uma tempestade horrível cai no lado de fora. Sobre os lençóis de sua cama, uma mulher geme extremamente de dor. Logo seu filho virá, sendo isso só o começo de suas contrações.
Seu marido que a observa perplexo se irrita pela demora do médico. Pois não era pra ser em casa o parto de seu filho que infelizmente aconteceu por incidente doméstico por cair no chão enquanto fazia seus afazeres.
Depois de longos minutos, ouve-se batidas na porta. Abrindo em seguida apressadamente, se depara com o médico chacoalhando seus sapatos molhados no tapete da entrada de sua casa, por causa da chuva forte que balança as folhas e as copas das árvores.
_ Me desculpa a demora Senhor Bentes. Parece que houve um acidente na rodovia. Que pena, um casal lindo morreu. Fiquei para prestar os primeiros socorros mas logo chegaram outros médicos.
_ Tudo bem, por favor.. ela está assim há quase uma hora.
Seu marido aponta para o quarto e quando chegam é no momento exato de outra contração, que a propósito estão ficando com o tempo mais curto de intervalo.
_ Está certo. Ele está vindo, faça força!
Diz o doutor entre as pernas da mulher que grita pela dor agonizante.
_ Aah! - Deu seu primeiro grito ao forçar a passagem.
_ Vamos, você consegue querida. - Diz seu marido ao seu lado.
_ Aah!
Com o seu segundo grito, a criança nasce cedendo a bolsa de sangue logo depois de seu ventre, sua placenta.
Após o médico cortar com sua tesoura cirúrgica todos ficam em silêncio.É perceptível o vislumbre de dor na feição dele, que segura o bebê que ainda não ousou chorar.
Preocupada a mãe pergunta ainda fraca, olhando para seu filho sem entender o motivo de não ouvir o seu choro pela primeira vez.
_ O que houve doutor? Por que meu bebê não chora?