O sábado à noite chegou carregado pelo som vibrante de música ecoando pelas ruas estreitas que levavam ao dormitório de Cadê. As batidas se misturavam às vozes e risadas que escapavam pelas janelas abertas. Subi os degraus da varanda com passos calmos, ajustando a jaqueta no corpo enquanto inspirava profundamente o ar frio da noite. Eu não estava exatamente no clima para festas, mas algo em mim dizia que ficar trancado no quarto não iria ajudar a afastar o peso que me acompanhava nos últimos meses. Talvez um pouco de movimento e conversa me tirassem, ao menos por algumas horas, da minha própria cabeça.
Ao abrir a porta, fui recebido por uma onda de calor, vozes e música alta. O ambiente estava vivo: grupos espalhados pelo pequeno espaço, alguns dançando, outros encostados nas paredes em conversas animadas. As luzes baixas, amareladas e intercaladas por flashes coloridos, davam ao lugar um ar descontraído e intimista.
Meus olhos logo encontraram Cadê no canto da sala, cercado por amigo