trabalhador e sempre fez o que pôde pra não deixar faltar o pão na mesa.
— Perdoa-me. Não quis ofende a senhora. Eu sonho em casar, mas com um homem que eu ame.
— Só que a vida não é um conto de fadas, Loura. Nunca é do jeito que a gente quer.
— Pra mim vai do meu jeito e pronto. Querendo o papai ou não.
— Pois então não conte mais comigo para te ajudar.
Minha mãe retrucou de imediato e continuou:
— Eu não gosto desse homem e sei que ele vai destruir sua vida. Não vou fazer parte disso.
— Mesmo que a senhora não queira me ajudar eu vou vê-lo assim mesmo. Ninguém vai me afastar dele só por causa de algumas fofocas.
Passaram-se uns dias.
— França, – disse Seu Joaquim – eu estou achando a Loura muito estranha. O que está acontecendo com essa menina? Alguma coisa ela está aprontando por aí.
— Eu é que vou saber, Joaquim? – Respondeu ela, nervosa.
— Eu tenho que ficar de olho nessa menina antes que ela me arrume pra cabeça.
De manhã, como sempre, ele pegou sua enxada e foi para a lavoura. No caminho encontrou seu amigo Paulo que morava numa fazendinha ali perto.
— Como vai, meu amigo? – disse Paulo – Logo vamos ter casamento, né?
— De quem? Quem vai se casar, homem?
— Sua filha, ora! Você que é o pai não está sabendo? Então porque o pessoal está comentando?