O som da batida vibrava no peito. A Rocinha tava viva, pulsando. O cheiro da carne assada nas barracas se misturava com o perfume da galera, os fogos no céu explodindo como se a favela inteira gritasse junto: “É nova era!”

Rael desceu do palco, o coração ainda batendo acelerado, não pelo discurso, mas pela responsabilidade que agora pesava nos ombros. Era dono da Rocinha. A ficha ainda não tinha caído por completo.

Ele andava entre o povo, cumprimentando, batendo no peito com os manos, olhando pros cantos que sempre foram dele, mas agora tinham outro significado. Agora tudo dependia dele.

— Parabéns, chefe. — ouviu de um dos aliados, que estendeu a mão, firme.

Rael sorriu de lado e continuou andando, até avistar ela… Alexia.

Vestida com um vestido curto preto, sandália de salto alto e uma maquiagem impecável. Linda como sempre, mas agora com aquele brilho nos olhos que só mulher que ama de verdade tem.

Ela caminhou até ele no meio do baile, com um copo na mão e um sorriso malicioso no