Pela primeira vez notei algo na voz de Amador que não havia ouvido antes: um leve tremor, o indício de que, por trás de toda sua fachada dura e prática, algo realmente o preocupava. Olhei para ele diretamente, com a mesma intensidade com que ele tentava me escrutinar minutos antes.
—Não acredito, Amador —respondi de forma incisiva, pendurando a metralhadora no ombro—. Eu sei. O silêncio entre nós foi breve, mas pesado, como se tomasse forma entre o eco de minhas palavras e o som do carregador de uma pistola que se ajustava entre seus dedos. Olhei para minhas mãos, que ainda tremiam um pouco após toda a troca anterior. Limpei o suor com a camisa e peguei uma granada, garantindo que o seguro estivesse no lugar antes de colocá-la no cinto. —Temos que nos mover agora. Não vou deixar que essa impostora faça mal aos meus. Nem à minha mulher,