Guido assentiu lentamente, mantendo seu olhar fixo no de Cecil. As emoções o sobrecarregavam, entrelaçando amor, confusão e uma raiva silenciosa por tudo o que os havia feito sofrer. No fundo, sabia que não podia continuar fugindo da verdade. Algo estava claro: o que acontecia entre eles ia muito além de seus próprios sentimentos.
— Sim, eu te acredito, Cecil. Crescemos juntos — disse finalmente, sem soltar suas mãos, apertando-as como se temesse perdê-la novamente. — Sei que não inventaria uma história como esta. Mas agora preciso saber algo... Quem é o homem que você mencionou? Quem te roubou de mim? É por isso que você me pede perdão?Cecil baixou brevemente o olhar, mordendo o interior do lábio ao saber que tinha que responder essa pergunta inevitável.— Não é por isso que te peço perdão &mdaCristal o observou por um momento. Após pensar um pouco, assentiu. Já se passavam muitos dias trancados, e ver outras pessoas seria bom para eles. Além disso, a ideia de conhecer toda a família do seu marido de uma vez a preenchia de curiosidade. Ajudou-o a se levantar, a colocar cuidadosamente a camisa, penteou seu cabelo e, quando estavam prestes a sair, a porta se abriu e apareceu Vicencio.— Bom dia — cumprimentou com uma leve inclinação de cabeça —. Gerônimo, posso falar a sós com você um momento? É urgente.— Amor, me espere ali no início da escada. Já vou — aceitou Gerônimo —. Ou, se preferir, desça e procure a Coral.— Não, melhor vou esperar você — disse Cristal, que não queria encarar todos os Garibaldi sem seu marido.Gerônio observou com curiosidade o rosto de Vicencio enq
Depois de subir para seu apartamento, Maximiliano segue o conselho de Vicencio e solicita uma cuidadora. Ele é informado de que ela chegará em meia hora. Com rapidez, deixa a cesta com o bebê sobre a cama e entra no banheiro, apressando-se para terminar o banho o mais rápido possível. No entanto, o choro do bebê interrompe o silêncio momentâneo. Ele pensa em sair, mas ao notar que o pequeno se acalma, decide continuar o banho.Quando finalmente termina, sai enrolado em uma toalha, esfregando o cabelo com outra. Ao chegar ao quarto, seu coração dá um salto: a cesta sumiu da cama. Ele para por um instante, confuso, e rapidamente se precipita em direção à sala.Lá, o panorama o deixa atônito. Sua mãe, Stavri, está de pé, com o bebê nos braços, embalando-o com um sorriso caloroso e sincero que há muito não via em seu r
Sem dar mais voltas ao assunto, Yiorgo adota um tom ainda mais sério e acrescenta com firmeza:— Filho, eu também vim para falar sobre a situação que temos com Eurípides.Maximiliano assente, como se já estivesse esperando por isso. Ele se recosta ligeiramente no encosto da cadeira enquanto entrelaça as mãos, mostrando que está pronto para abordar o tema.— Sim, eu sei. Meus homens me informaram que uma grande maioria está do lado dele e que Luciano está perdido — explica, entrando de cabeça nas conversas da máfia que Stavri tenta ignorar enquanto continua entretida embalando o bebê.— Mas estou quase certo de que ele foi se esconder com a mãe dele — acrescenta Maximiliano, marcando um ponto crucial em seu argumento.— Luciano sempre foi um covarde — diz com desprezo. Depois acrescenta —: Mas Eurípides
Gerônimo desceu, com a ajuda de sua esposa, até a sala onde a maioria da família já estava reunida. Todos os visitantes se aglomeravam ao pé da escada, e os bisavós foram os primeiros a se adiantar.— Filho, graças a Deus que você está bem — disse a avó, abraçando-o com delicadeza. — Não foi nada, avó, estou bem — respondeu Gerônimo com um sorriso, deixando-se abraçar. — Filho, como você deixou que te fizessem esse tiro? Não te treinei para que te ferissem assim — murmurou o bisavô em tom de reprovação; no entanto, também se aproximou e o apertou entre seus braços com cuidado, dando um beijo em cada bochecha. Gerônimo se sentia muito feliz de vê-los ali. Eles mal saíam da sua propriedade, e naquela ocasião haviam ido apenas para visit&
Maximiliano cerrava a mandíbula, cada vez mais consciente da situação. Ainda não estava certo de quem estava com ele.— Estão no clube? Muito bem. Passe-me um momento com René — pediu, precisando se certificar de que o que havia sido dito era verdade.Podia ouvir como Fenício chamava René, enquanto ao fundo se ouviam fragmentos da música do clube, confirmando a localização.— Diga-me, chefe — fez-se ouvir a voz de René do outro lado da chamada.— René, quantos dos meus homens estão aí? — perguntou sem desviar os olhos do olho mágico que o ajudava a vigiar os homens em frente à sua porta. Coral suspirou e se afastou um pouco, como se precisasse de espaço para carregar a verdade de suas palavras. — Você sabe o que isso significa? — disse ela enquanto caminhava em direção à janela, levantando as mangas da camisa com certo nervosismo —. Sou muito ciumenta, possessiva e insegura. Tenho um monte de fobias e problemas que você mal conhece, e o que conhece é apenas o começo. Sem contar os inimigos, que não são poucos. Você realmente conseguirá suportar isso? Maximiliano a observou com a cautela de quem mede cada palavra antes de falar. Deu um passo decidido em direção a ela e respondeu: — Thea mu, você sabe perfeitamente que meu coração ainda não é livre — admitiu, com uma honestidade que endurecia suas feições —. Mas percebi algo que não posso ignorar: n& 202. MAIS QUE ALIADOS
Enquanto na casa do doutor Rossi todos estavam sentados à mesa, desfrutando da comida e conversando entre si, o ambiente se enchia de um burburinho agradável e familiar. No entanto, o ar pareceu se romper quando, de repente, apareceu na soleira da porta uma figura imponente. Giovanni Garibaldi, o pai de Gerônimo, fez sua entrada com sua postura altiva e um halo de autoridade que cobrava toda a sala. Assim que sua figura se tornou visível, o salão caiu em um silêncio sepulcral. — Gerônimo! — exclamou aliviado assim que seu olhar se fixou no filho. Não demorou a desviar a vista para Cristal, a esposa de seu filho, com uma expressão difícil de decifrar. Rosa, que havia entrado rapidamente atrás dele, não conseguiu conter um grito de espanto ao notar a presença de Cristal. — Cristal…! Mas você não estava morta! — disse qu
Ele tentou articular uma resposta, mas as palavras se atolavam em sua garganta. Coral, com os olhos semicerrados e a mandíbula tensa, não parecia disposta a dar-lhe espaço para se explicar. Maximiliano sabia que não haveria escape; como uma tempestade, ela havia chegado ao fundo do mistério e estava decidida a exigir respostas. O ar na sala tornou-se denso, como se ambos estivessem presos em uma tempestade silenciosa. Maximiliano levantou o olhar, encontrando os olhos furiosos de Coral. Embora em sua habitual serenidade qualquer desafio lhe parecesse manejável, desta vez ele sabia que enfrentar aquele olhar seria mais difícil do que qualquer intriga mafiosa que já tivesse enfrentado antes. Porque isso era pessoal. — Coral... — começou, tentando escolher suas palavras com cuidado. Os segredos começavam a sufocar o espaço entre eles, e ficou claro que não haveria vol