A pergunta de Cristal ficou no ar entre os dois, carregada de uma ingenuidade que, longe de retirar-lhe profundidade, demonstrava a sinceridade das suas intenções. Gerónimo, no entanto, considerou-a instantaneamente com a seriedade que merecia. Tinha aprendido que, com Cristal, o inocente quase sempre trazia uma camada de expectativas mais profundas.
—Queres dizer que não os iremos batizar até que sejam adultos? —perguntou ela, com curiosidade e um leve traço de preocupação. A ideia parecia lógica, até prática, mas sabia perfeitamente o quão difícil seria apresentá-la à sua família, especialmente aos seus pais—. Não sei, amor. Vou pensar nisso, embora talvez, talvez, não me importasse de mudar para a tua religião. Gerónimo negou suavemente com a cabeça, acariciando o rosto da sua esposa com ternur