Já bati à porta do apartamento de Desirée mais vezes do que consigo contar, e nada. Silêncio absoluto, como se ela não estivesse em casa. Mas eu sei que está. Sinto isso.
Estou a ponto de derrubar a porta quando, finalmente, ela se abre.
Desirée surge diante de mim, vestindo um moletom largo e com o cabelo preso de qualquer jeito, como se tivesse acabado de levantar ou nem ao menos se importado em se arrumar. Seus olhos estão vermelhos, o que me faz congel@r por um instante.
— Para de bater. — Sua voz sai baixa, quase um sussurro, mas carrega um cansaço que eu nunca vi nela antes.
— Por que não abriu antes? — Minha pergunta sai mais ríspida do que eu pretendia, mas ver seu estado me faz perder o controle.
Ela não responde de imediato. Apenas cruza os braços e desvia o olhar, como se estivesse reunindo forças para me enfrentar.
— Eu não estava te esperando.
— Não queria me ver? — Pergunto, incrédulo, entrando no apartamento sem pedir permissão. Ela dá um passo para trás, surpresa com m