Respirei fundo e dei uma resposta que jamais imaginei:
— Majestade, eu agradeço imensamente por confiar no meu trabalho e me escolher como vencedora deste concurso. Mas minha resposta é “não”.
Para minha surpresa, a rainha sorriu, ainda de braços cruzados na minha frente, usando o moletom preto que a fazia parecer uma mulher de mais ou menos trinta anos, sendo que já tinha casado duas filhas e tinha até netos.
— Imaginei que esta seria sua resposta. E embora eu sinta muito, pois realmente gostei demais das suas criações, não acho que esteja fazendo algo errado. Talvez no seu lugar eu faria a mesma coisa.
— Se está tentando me consolar, obrigada. — Sorri.
— Você acredita em si mesma... E isso por si a fará chegar no topo, acredite. Às vezes largar o certo pelo duvidoso é a melhor coisa a fazer. Afinal, se não se arriscar, jamais terá a resposta, não é mesmo?
— Se eu disser que há bem pouco tempo atrás eu era uma mulher completamente insegura e descrente em mim mesma, acreditaria?
— Sim