O silêncio da madrugada era espesso. Como se cada respiração da casa carregasse presságios. Mesmo com Graziano capturado, a sensação de que Lorenzo estava sempre um passo à frente ainda nos assombrava. Ele era um mestre da ilusão. Jogava com o terror todo ano mandando uma rosa negra no aniversário de Vitória. Jogava com verdades, criava mentiras com detalhes quase poéticos. Mas agora, nós tínhamos uma peça-chave. E sabíamos o que fazer com ela.
O interrogatório aconteceria em uma propriedade afastada, parte do antigo império Montanari, nos arredores de Pádua. Dante acompanharia pessoalmente. Enzo queria ir também. Mas fui eu quem disse não.— Fique com Vitória. Não podemos deixar ela sem você. Ainda não.Ele assentiu, contrariado. Mas entendia. Ele era mais do que meu marido agora. Era o escudo da nossa filha.Antes de Dante partir, nos reunimos no escritório. Graziano seria interrogado por nossos homens, mas Dante faria as perguntas cruciais. Nin