Perpetua narrando
Estava me saindo o tanto quanto caro pedir ajuda de Carioca, mas nada era caro o suficiente para conseguir a minha liberdade.
Alguns dias se passaram e eu voltei para a cela, já está melhorando e também me encontrando com Carioca diariamente, eu estava quieta encostada contra a parede da cela, sentindo o sol entrar pela pequena janela no alto da parede.
— Não é estranho que você nunca receba uma viista de um advogado – Sandra fala.
— Do que você está falando?
— Você tem advogado? – ela pergunta
— Publico, devo ter.
— E ele não vem aqui? O meu vem? – ela pergunta.
Faz muito tempo que Sandra tenta entender quem eu era e porque eu estava presa, além do que tinha em todos os papeis, ela me questionava dia após dias, várias perguntas atrás de perguntas e eu sempre dava as mesmas respostas rasas, o problema é que ela não parava de me questionar nada.
— O que você quer saber?
— Quem te colocou presa aqui? – ela pergunta.
— Eu já disse foi armação, eu sou inocente.
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