NÁPOLES, ITÁLIA – 18:50 P.M
A menina dormia tranquilamente, seus traços relaxados, alheios ao mundo ao redor. A mulher acariciava seus cabelos escuros com delicadeza, sentindo no peito um amor tão grande quanto o medo que carregava de perdê-la.
— Deveria colocá-la na cama. — diz seu marido, observando a cena da porta.
— Adoro tê-la assim, pertinho de mim. Ela parece um anjo.
— Dormindo, sim. Mas acordada... tem uma língua afiada capaz de matar qualquer um.
— Pare com isso! — ela repreende, sem levantar a voz. — Deveria tentar se aproximar dela, não irritá-la. Assim ela nunca vai confiar em você. Ela precisa te amar... você é o pai.
— Pai. — repete ele com um sorriso amargo. — Ela nunca vai me enxergar assim. Ainda guarda a lembrança dele viva na cabeça. Pra você foi fácil.
— Ela é só uma criança. Com jeitinho, conseguimos conquistá-la. Você pode... só precisa tentar, Elordi.
Ele suspira, cansado.
— Tudo bem, eu tento. Mas às vezes ela me tira do sério... aí não consigo.
— Ah