HADES AMBROGETTI
Por algum motivo, essa mulher me toca de uma forma que não sei explicar. Não é por ela me culpar pela vida que leva — quanto a isso, não carrego culpa alguma. Mas deixá-la aqui... isso, sim, me parece errado.
Fico em silêncio a observando, e vejo quando descretamente ela repousa sua mão em sua barriga. E essa ação me causa um desconforto estranho.
Ela está grávida, deve ser por isso o desespero em seus olhos, ela não tem muito tempo.
Cazzo, deixar esse inocente aqui vai contra meu código de honra. Permaneço fitando sua barriga em silêncio.
— De quanto tempo você está? — pergunto, e ela tira a mão da barriga.
— Não sei... algumas semanas. Eles não sabem. Não podem saber. Se souberem, vão me obrigar a abortar... e eu não quero. — responde com a voz embargada, balançando a cabeça em negação, tomada pelo desespero.
— Você já o ama. Mesmo que ele não tenha sido fruto de uma relação feliz. — afirmo, e ela desvia o olhar, confirmando silenciosamente minhas pa