DAMIÁN ASHFORD

O barulho do jato particular era apenas um murmúrio na luxuosa cabine, mas minha mente estava presa em um turbilhão de pensamentos. Andy estava sentado à minha frente com sua expressão severa, mas serena, como se estivesse tentando encontrar a maneira certa de lidar com o inevitável. Era a primeira vez em cinco anos que compartilhávamos um espaço tão pequeno e isso me incomodava. Incomodava-me porque eu percebia que, apesar de tudo, a presença dela ainda tinha o mesmo efeito sobre mim: um caos interno sangrento.

— Quem era a mulher que queria nos deter em sua casa? — Ela perguntou de repente, em um tom de voz impessoal, fingindo que o que havia acontecido nos últimos anos era coisa pequena e que poderíamos ter uma conversa amigável.

Olhei para ela sem pressa, deleitando-me com o azul gelado de seus olhos. Era engraçado como apenas um olhar de Andy era suficiente para fazer meu estômago revirar e revirar - era isso que eles chamavam de "borboletas no estômago"?

— Ele não