O relógio marcava quase oito da noite quando Isadora finalmente fechou o notebook. As luzes do andar já estavam parcialmente apagadas, e o silêncio da empresa soava reconfortante depois de um dia tenso. Ela sentia o corpo pesado e a cabeça latejando.
Leonardo apareceu na porta, apoiado no batente, observando-a em silêncio por alguns segundos antes de falar:
— Você vai dormir aqui, é isso? — o tom era suave, mas firme.
Isadora ergueu o olhar, exausta. — Só estou finalizando um relatório.
— Não, — ele respondeu, dando alguns passos à frente. — Você vai desligar esse computador, pegar sua bolsa e vir comigo.
— Leonardo, eu não... —
— Isa. — A forma como ele disse o nome dela bastou. Um misto de preocupação e autoridade. — Sem discussão.
Ela suspirou, rendida. — Tudo bem. Mas se isso virar manchete amanhã, a culpa é sua.
Ele apenas sorriu de canto e estendeu a mão. — Eu aguento as manchetes.
O caminho até o estacionamento foi silencioso, mas confortável. O ar da noite estava frio, e Isado