A madrugada parecia interminável.
O relógio marcava 2h47 quando Isadora finalmente decifrou a linha de código que não pertencia ao Orion.
Aquela pequena sequência — quase imperceptível em meio às milhares de linhas do sistema — era como uma assinatura digital. Um identificador que rastreava a origem de quem acessara o servidor.
E o que ela encontrou a fez congelar por alguns segundos.
O acesso não partira do terminal dela, mas de um IP interno vinculado ao laboratório de pesquisa avançada — exatamente o setor comandado por Helena Duarte.
Ela se recostou na cadeira, o coração acelerado.
Por um instante, a exaustão deu lugar à clareza.
Tudo fazia sentido agora: as alterações noturnas, os rumores, a tentativa de afastá-la, o sorriso irônico de Helena na reunião.
Aquela mulher havia orquestrado tudo.
Sem perder tempo, Isadora salvou o log completo, reuniu capturas de tela, registros de horário e acessos cruzados com o servidor principal.
E, antes que o amanhecer tomasse o céu de São Paulo