Narrado por Bianca
A luz da manhã invadiu o quarto com delicadeza. Estávamos todos em casa — pela primeira vez desde o nascimento do nosso filho, havia uma tranquilidade no ar que parecia quase absurda. Um silêncio gentil. Um respiro depois de tanto caos.O bebê estava no meu colo, enrolado numa manta azul-marinho com as iniciais dele bordadas em dourado. O pequeno Mancini. Nosso herdeiro. Minha revolução pessoal.A primeira coisa que ouvi naquele instante foi o som engasgado do próprio riso dele. Fraco. Um sopro. Mas um riso.— Meu Deus... — murmurei, apertando os olhos. — Você sorriu pra mim, meu amor?Ele respondeu com outro sorrisinho torto, como se soubesse exatamente o poder que tinha. E naquele momento, o chão saiu debaixo dos meus pés. Porque foi lindo. E foi assustador.O amor que senti por ele me arrebatou como uma onda, e junto dela veio o pânico.Porque se eu o amava tanto assim... eu tinha ainda mais a perd