Marcela
Alguns dias após a fuga
A luz forte invadiu meus olhos. Demorou um pouco para eu entender que estava em um quarto branco.
― Bem-vinda de volta a vida! ― uma voz masculina falou.
― Meu fi... ― foi automático perguntar por Ângelo.
― Seu filho está bem. Com o pai.
Pisquei algumas vezes para visualizar a face da pessoa a minha frente. Estava de preto, não de branco, ou seja não era um médico. Era um senhor moreno, com astutos olhos negros, devia ter mais de sessenta anos.
― Vamos as respostas básicas. ― Ele começou a explicar. ― Você não está mais em um cativeiro. Também não está entre os seus.
― Quem é você?
― Apenas um antigo conselheiro. ― Ele não parecia disposto a esperar que eu perguntasse. ― Você está onde nem os Rodrigues nem os Pereira conseguiriam acesso. Teve sorte. Aquela mulher te deixou exatamente onde enterrei meu filho anos atrás, ali era um cemitério, ninguém sabia e construíram uma praça em cima. Nem imaginam quantos corpos estão onde passam em passeios. Eu esta