Capítulo 94: O novo chefão da cúpula
Marco
A manhã estava envolta em um silêncio pesado enquanto eu e Mateus caminhávamos pelo cemitério. O céu nublado refletia o peso que pairava entre nós, um peso que eu sentia toda vez que me lembrava de Helena. Às vezes, ainda podia ouvir a risada dela, aquela risada que agora parecia tão distante, como um eco de uma vida que não era mais a nossa.
Nos aproximamos do túmulo dela, e eu senti um aperto no peito. Mateus, ao meu lado, manteve a expressão séria, quase impenetrável, mas sabia que por trás daquela fachada havia muito mais. Ele sempre foi bom em esconder o que realmente sentia, em mascarar suas emoções, mas podia ver as pequenas rachaduras.
— Trouxe as flores preferidas dela, como você pediu — eu disse, entregando o buquê de lírios brancos a ele.
Mateus pegou as flores e se ajoelhou ao lado da lápide. Seus movimentos eram metódicos, quase cerimoniais, como se aquele gesto fosse parte de um ritual que ele precisava cumprir. Talvez fosse.
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